Revista TIME – Julho 22, 1946

“Quando [Salazar] decidiu dar uma recepção a Dona Amélia de Orleans e Bragança, mãe de Don Duarte Nuno, pretendente ao trono de Portugal, os seus conselheiros sugeriram que a Condessa de Asseca, uma viúva com dois filhos pequenos, atuasse como anfitriã.

Quando a Condessa assumiu o arranjo floral para a festa, Salazar ficou tão impressionado com o seu gosto que lhe escreveu uma pequena nota. Ela respondeu com uma longa carta e Salazar pediu permissão para a convocar.

A Condessa recebeu-o no chá. Desde então, ela tem sido a anfitriã oficial dos seus assuntos sociais, que aumentaram em número, e os seus modos tornaram-se menos introspetivos e austeros. Interessa-se mais pelo vestuário e pela comida, e até pela pompa e armadilhas do escritório.

O facto mais significativo da relação de Salazar com a Condessa é que nem mesmo os mexericos portugueses, nem mesmo os milhares de inimigos de Salazar, sugerem que ela seja sua amante. A sua reputação de piedade é tão grande que uma ligação é considerada impensável.

Muitos portugueses esperam que os rumores de que ele pretende casar sejam verdadeiros; dizem que o casamento pode humanizar o homem que a maioria deles teme, mas a quem poucos amam”.

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